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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Quem sou eu diante de vós? (Reflexão 5)


Primeiramente devemos levar em conta que Pallotti não separa o homem de Deus.
Olhando para a natureza humana, percebe sua miséria inexprimível e sua grandeza única.
Para conhecer Deus o homem precisa conhecer-se a si mesmo. Antes de tudo, ele precisa saber que foi criado à imagem e semelhança de Deus:
Para conhecer e compreender quem sou eu diante de vós, eu deveria conhecer e compreender a vossa mesma perfeição infinita em todos vós e em todos os vossos infinitos atributos, e também deveria conhecer e compreender a malícia infinita do pecado que ofende a vós que sois infinitamente perfeito: eu fui conhecido no pecado, nasci no pecado e após o santo batismo quantas vezes eu ainda pequei (OOCC X, 469). [HP II, p. 256]
A antropologia apresentada por Pallotti parece ser muito pessimista. Uma coisa é certa, ele não se fazia ilusão a respeito da natureza humana: “Eu sou filho da cólera”, mas, em seguida, acrescenta: “O nascimento pobre e humilde de Jesus Cristo fez de mim o filho de Deus, o amigo de Deus, o herdeiro de Deus, o coerdeiro de Cristo e me cumulou de bens de todas as sortes”.
No Deus, amor infinito, Pallotti escreve: “Vós me concedeis apreciar sempre e estimar a minha alma, como também as de meus próximos”.
Notemos o equilíbrio e o realismo humano e espiritual das perspectivas antropológicas traçadas por Pallotti. O homem é, ao mesmo tempo, uma grandeza única, criada à imagem e semelhança de Deus, o filho de Deus e o herdeiro de Deus, e, ao mesmo tempo, ele é uma miséria inexprimível. Se Pallotti sublinha impiedosamente a corrupção do ser humano, porém, ele o faz para ressaltar melhor o amor infinito e a misericórdia de Deus. Dito de outra maneira, segundo o que ele nos ensina, o ser humano jamais é separável de Deus, assim como sua grandeza e sua miséria são dois aspectos, também eles, inseparáveis. [HP II, p. 257]
Para Pallotti Deus é tudo do ser humano. O ser humano é tudo de Deus. Por ele mesmo, o ser humano não é nada. Em Deus, por Ele e com Ele, é tudo. Esse nada miserável que sou eu, vós o amais, meu Deus. E, apesar de minhas resistências, vós lhe comunicais toda sorte de favores, de dons, de graças, de inspirações. E vós fazeis tudo isso para transforma-me em vós mesmo. É, pois, da consciência do seu nada que Pallotti se abre a caminhos de plenitude. Ele quer fazer cooperar o nada do homem com o tudo de Deus, pois, segundo ele, o homem é um cooperador de Deus. E é por isso que Pallotti nunca separa a questão do homem da questão de Deus. [HP II, p. 259]
Padre Faller afirma que, para entrarmos na espiritualidade de Pallotti, dispomos de duas chaves que só podem ser utilizadas juntas. A primeira é aquela do desejo de ser transformado em Deus de Amor e de Misericórdia infinitos. Mas ela não funciona sem a segunda, aquela da humildade, que leva em conta a matéria a transformar. Dito de outro modo, para compreender Pallotti nós não temos o direito de separar a questão a respeito de Deus: Quem sois Vós daquela a respeito do homem: Quem sou eu. Elas não existem separadamente. Elas são complementares e se enriquecem mutuamente. [HP II, p. 258]
Segundo Pallotti, o orgulho é que impede o ser humano de conhecer-se e de saber quem é ele diante de Deus. Ao contrario, o que o ilumina nele, que procura a estima de si e o conhecimento de si, é a misericórdia de Deus, razão por que, de um lado, Pallotti quer tornar-se um instrumento da divina misericórdia; do outro lado, ele busca a humildade. [HP II, p. 257]

terça-feira, 18 de maio de 2010

Nota oficial da Provincía sobre o Padre Silvio Andrei

NOTA DE ESCLARECIMENTO


A Província São Paulo Apóstolo da Sociedade do Apostolado Católico – palotinos – esclarece que está acompanhando os fatos que originaram a prisão do Padre Silvio Andrei Rodrigues, em Ibiporã (PR).

O Padre Silvio foi libertado na tarde de 17 de maio de 2010, por decisão do Excelentíssimo Juiz de Direito da Vara Criminal de Ibiporã (PR), Dr. Sérgio Aziz Neme, em pedido formulado pelos advogados de defesa do Escritório de Advocacia Walter Bittar.

Os Palotinos esperam que os fatos sejam devidamente apurados dentro dos ditames legais da legislação brasileira e as responsabilidades legais devidamente delimitadas, pelo Ministério Público e Poder Judiciário do Estado do Paraná, que são os órgãos competentes para deliberar sobre os fatos.

As providências internas serão tomadas, como de costume, paralelamente ao cabal esclarecimento dos fatos, em especial com o encerramento da investigação pelas autoridades competentes, com as cautelas de estilo, a fim de evitar julgamentos e ilações precipitadas.

Pe. Julio Endi Akamine
Reitor Provincial

sábado, 15 de maio de 2010

Encontro Vocacional Palotino

Olá leitores, gostaria de comunicar a todos que iniciamos hoje às 20 h o primeiro encontro vocacional palotino no Teologado em Londrina. Pedimos orações para todos os jovens que estão participando deste encontro. Amanhã postaremos as novidades e as fotos do encontro.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Meu Deus, quem sois vós? (Reflexão 4)


A visão que Pallotti tem de Deus é decididamente trinitária. O lugar central nela é reservado ao mistério de Deus o Pai: Pai Eterno, Pai da Misericórdia, pai Celeste, Pai das Luzes, Pai Santo, Pai Criador, etc. Certamente, também o papel de Jesus Cristo é central, mas o seu exemplo e sua palavra como Apóstolo do Pai Eterno levam sempre ao Pai. Vale o mesmo para o Espírito Santo. Pallotti atribui-lhe, no seio da Trindade, o papel da eterna comunicação, do amor infinito do Pai e do Filho.
Esse equilíbrio trinitário é admiravelmente apresentado em Deus, o amor infinito.
O mistério de Deus na sua dimensão trinitária servirá a Pallotti como ponto de partida para a sua vida espiritual e, particularmente, para a sua vida de oração. [Horizontes II, p. 252]
Pallotti nos ensina a nos prepararmos para as meditações de cada dia, dizendo: “O Pai que me criou está aqui. O Filho que me resgatou está aqui. O Espírito Santo que me santificou está aqui. Eu estou em companhia das Três Pessoas da Santíssima Trindade! Oh, que companhia![HP, p. 253]
Os resumos de Pallotti sobre Deus são às vezes muito audaciosos. Deslumbrado pelo infinito de seu amor e de sua misericórdia, ele chega ao ponto de dizer: “Perdoai-me, meu Deus, se ouso dizer que para comigo vós sois o enlouquecido de amor e de misericórdia”.
No seu livro de meditação: “Deus, o amor infinito”, expressa sua profunda experiência do amor e da misericórdia de Deus. Ele quer que todos, como ele, sintam essa experiência. Segundo Pe. Kupka, os escritos do nosso Fundador revelam um processo de transformação interior no qual Deus amor infinito se torna gradualmente Deus misericórdia infinita. De fato, para Pallotti a misericórdia é o excesso do amor infinito para com o homem. É a invenção do amor de Deus. Se Pallotti chama misericórdia de excesso de amor infinito de Deus, é porque ele o experimentou. Interessante notar que é nesse contexto que Pallotti se qualifica o prodígio novo da misericórdia, o milagre dos milagres. De fato, a misericórdia de Deus enche completamente o abismo de sua nulidade e transforma sua incapacidade em plenitude de vida. [Horizontes II, p. 254-255]
A experiência da misericórdia terá, na vida do Padre Vicente, duas consequências fundamentais: O renascimento interior e a abertura apostólica:
1- Renascimento interior: já que a nova vida de Pallotti será inteiramente um fruto da misericórdia, e não um resultado de seus próprios esforços;
2- E abertura apostólica: o miserável se fará o apóstolo da misericórdia. Pallotti deixar-se-á atuar, para ele também atuar. É a passagem mística do nada ao todo. É igualmente a passagem do amor à misericórdia, isto é, ao amor que age e faz do místico um apóstolo! [Horizontes II, p. 255]

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Missão Jovem Palotina 2010 - VENHA PARTICIPAR !!!

Cristo é o nosso fundamento (Reflexão 3)

Para São Vicente Pallotti, a escola de oração precisa ser a de Jesus. Ele estava convencido de que todos os dias devemos frequentar a escola de Jesus e pedir-lhe: “Senhor, ensina-nos a rezar” (Lc 11,1).
Do modelo divino, o que devia aprender-se principalmente era o hábito de rezar e a escolha do local e do tempo oportuno: “Levantou-se, quando ainda era escuro, e, saindo de casa, retirou-se para um lugar deserto e, lá, rezava” (Mc 1,35).
Este exemplo era, para Pe. Vicente Pallotti, de tal modo obrigatório, que ele, rigorosamente, sabia reservar-se horário determinado para oração e meditação. Reparava em outros exemplos de Jesus, que reza e convida a rezar, especialmente a oração no deserto, no cenáculo, no horto de Getsêmani e na cruz. (Faller. As Orações, p. 50-51).
Segundo Pallotti, o nosso único fim é a glória de Deus e a salvação da alma; para salvá-la é necessária a graça e, para alcançar esta graça é necessária a contínua oração e a frequencia dos santos sacramentos.
Pallotti está convencido de que o tempo consagrado a Deus, na oração, aproveita a todos. Mais: está convencido da verdade que vem expressa na sentença: Pedi o que é grande e vos será dado também o que é pequeno. Acima de tudo, o santo está solícito por que a pia intenção e oferecimento, repetidos mais vezes durante o dia, se tornem atitude constantemente, alimentada pelo espírito de fé. Isto elimina os obstáculos e faz a gente crescer no espírito de oração, de forma que a criatura se vá tornando divinizada. (Faller, p. 59, n. 27).
Em princípio, a sua oração é dirigida ao Pai, no Espírito Santo, pelo Verbo encarnado. “Identifica-me todo a ti, para que eu não seja mais eu, para que nada de mim haja em mim, para que só tu estejas em mim”. Isto significa que, de um lado, Deus espiritualiza toda a vida passada, presente e futura e, de outro lado, cresce a sede de a gente ser sempre mais semelhante a Deus. (Faller, p. 61)

sábado, 1 de maio de 2010

Encontro Pessoal com Jesus Cristo - 2


Jesus por sua vez diz: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza” (Mt 6,24).
“Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti. Vós sois minhas testemunhas, diz o Senhor, e meus servos que eu escolhi, a fim de que se reconheça e que me acreditem e que se compreenda que sou eu. Nenhum deus foi formado antes de mim, e não haverá outros depois de mim. Fui eu, sou eu o Senhor, não há outro salvador a não ser eu” (Is 43,4.10-11).
Não quero que você pertença a ídolos mortos, que além de não salvar você, ainda pode levá-lo a um caminho de morte.
Fico pensando nos ídolos modernos, Michael Jackson, por exemplo, que decepção, que decadência, que infelicidade. Teve uma morte mais inglória, como tantos ídolos, mas está cheio de gente querendo imitá-lo. De fato é um ídolo, porque os ídolos não têm poder de conduzir à vida plena, diz o Salmo:
“Ó Senhor, vosso nome é eterno! Senhor, vossa lembrança passa de geração em geração, pois o Senhor é o guarda de seu povo, e tem piedade de seus servos. Os ídolos dos pagãos não passam de prata e ouro, são obras de mãos humanas. Têm boca e não podem falar; têm olhos e não podem ver; têm ouvidos e não podem ouvir. Não há respiração em sua boca. Assemelhem-se a eles todos os que os fizeram, e todos os que neles confiam. Casa de Israel, bendizei o Senhor; casa de Aarão, bendizei o Senhor; casa de Levi, bendizei o Senhor. Vós todos que o servis, bendizei o Senhor (Sl 134,13-20).
Com a encarnação do Verbo, rompeu-se a separação que havia entre o céu e a terra, entre Deus e os seres humanos. Ele assumiu nossa humanidade para ser o Deus conosco. A sua presença nos surpreende, porque ele nos trata como amigos. Ele foi amigo dos pobres e dos pecadores. Ele confessa publicamente que não nos aceita subjugados, como escravos: “Eu não vos chamo servos, mas amigos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor” (Jo 15,15).
Vejam! como é diferente esse nosso encontro com Ele. Não é um encontro qualquer, porque Ele não é um ídolo, é uma Pessoa, é uma Presença: “Ele está no meio de nós”. É o Deus que se fez carne e mora no meio de nós. Ele escuta os nossos clamores.
“Parai, disse ele, e reconhecei que sou Deus; que domino sobre as nações e sobre toda a terra. Está conosco o Senhor dos exércitos, nosso protetor é o Deus de Jacó” (Sl 45, 11-12).
“Reconhecei agora: eu só, somente eu sou Deus, e não há outro além de mim. Eu extermino e chamo à vida, eu firo e curo, e não há quem o arranque da minha mão” (Dt 32,39).
“Como poderia eu abandonar-te, ó Efraim, ou trair-te, ó Israel? Como poderia eu tratar-te como Adama, ou tornar-te como Seboim? Meu coração se revolve dentro de mim, eu me comovo de dó e compaixão. Não darei curso ao ardor de minha cólera, já não destruirei Efraim, porque sou Deus e não um homem, sou o Santo no meio de ti, e não gosto de destruir” (Os 11,8-9).